Uma cena do vídeo, cujas origens não são claras, mostra o presidente Trump e o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu sentados sem camisa em uma piscina com bebidas. O Hamas condenou isso como “vergonhoso”.
Uma captura de tela de um vídeo gerado por IA compartilhado pelo presidente Trump retratando um hotel imaginário de Trump em Gaza.
O presidente Trump compartilhou na terça-feira à noite um vídeo gerado por IA retratando a devastada Faixa de Gaza como um resort opulento estampado com seu nome, menos de uma semana depois de ele aparentemente recuar em sua proposta de deslocar palestinos em massa do território e afirmar o controle dos EUA sobre ele.
Não ficou imediatamente claro de onde o vídeo se originou ou quem o fez, e o Sr. Trump não adicionou nenhum comentário à postagem de mídia social que o compartilhou. Versões do vídeo apareceram em sites de mídia social, incluindo LinkedIn, X e Instagram nas últimas semanas. O vídeo compartilhado na conta do Sr. Trump parecia ter sido baixado do Rumble, uma plataforma de vídeo com sede na Flórida popular na direita .
O vídeo foi imediatamente desprezado por muitos palestinos, assim como as nações árabes rejeitaram o plano do Sr. Trump quando ele o anunciou no início deste mês.
“É uma fantasia”, disse Ahmed al-Soufi, prefeito de Rafah, uma cidade no sul de Gaza onde um grande número de pessoas deslocadas vivem em tendas em meio aos escombros . “Se o Sr. Trump quer dar aos palestinos um lugar para viver com dignidade e um futuro, ele deve dar a eles um estado ao lado de Israel.”
O vídeo começa com cenas de pessoas, incluindo homens armados, caminhando pelas ruínas de ruas fortemente danificadas, então rapidamente faz a transição para imagens de desenvolvimento e depois luxo à beira-mar. As cenas mostram uma criança segurando um balão em forma da cabeça do Sr. Trump; uma grande estátua dourada do presidente; e um homem jogando dinheiro no ar em uma praia.
Alguns sinais de imagens geradas por IA são mais sutis do que outros. Uma cena mostra um homem que se parece com o bilionário Elon Musk, um conselheiro próximo do presidente, comendo pão com seis dedos em uma mão. Outras cenas mostram dançarinas do ventre com barbas e lenços verdes na cabeça em uma praia; o Sr. Trump dançando com uma mulher em uma boate; e o Sr. Trump e o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu de Israel sentados sem camisa em uma piscina com bebidas.
O Sr. Trump propôs no início de fevereiro que os Estados Unidos assumissem o controle de Gaza e removessem permanentemente toda a população palestina de cerca de dois milhões de pessoas para países como Egito e Jordânia. Os líderes dessas nações e de outras rapidamente rejeitaram o plano, e especialistas disseram que a deportação forçada ou transferência de uma população civil é uma violação do direito internacional humanitário, um crime de guerra e um crime contra a humanidade.
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Na semana passada, o Sr. Trump pareceu admitir que seus esforços para persuadir o Egito e a Jordânia falharam, dizendo à Fox News em uma entrevista que estava “um pouco surpreso” com a resposta desses países.
“Vou te dizer, a maneira de fazer isso é meu plano”, ele disse ao apresentador da Fox News Brian Kilmeade. “Acho que esse é o plano que realmente funciona. Mas não estou forçando. Vou apenas sentar e recomendá-lo.”
Ele também falou de sua proposta no passado, dizendo: “Gostei do meu plano. Achei que meu plano era bom.”
A Casa Branca não respondeu imediatamente a um pedido de comentário sobre o vídeo.
O grupo militante Hamas, que tentou demonstrar seu controle contínuo de Gaza durante o cessar-fogo com Israel nas últimas semanas, rejeitou a visão apresentada no vídeo na quarta-feira.
“Condenamos veementemente, nos termos mais severos, o vídeo vergonhoso publicado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, que contém cenas antiéticas que violam os costumes, a moral e as tradições do nosso povo palestino”, disse Ismail al-Thawabta, diretor do escritório de mídia do governo administrado pelo Hamas em Gaza.
Durante seu primeiro mandato, o Sr. Trump delineou um plano de paz para o Oriente Médio que favorecia fortemente Israel, ao mesmo tempo em que oferecia aos palestinos a possibilidade de um estado fragmentado com soberania limitada. Este mês, o presidente permaneceu ambíguo sobre se apoiava uma solução de dois estados.
“Isso não significa nada sobre dois estados, um estado ou qualquer outro estado”, disse ele em uma entrevista coletiva na Casa Branca.
